5 de outubro de 2013

Descobertas duas novas aranhas enigmáticas no Uruguai

"As duas novas espécies descritas, Chaco castanea e Chaco costai, são aranhas de dimensão média que variam entre 1 e 2 cm de tamanho. Como todas as aranhas da família Nemesiidae, apresentam um corpo alongado e pernas robustas e uma coloração predominantemente preto-acastanhada. Um estudo publicado ontem na revista ZooKeys fornece uma descrição detalhada das duas novas espécies e um raro vislumbre dos seus hábitos de vida.

As duas novas espécies podem ser encontradas em solos arenosos de zonas costeiras de rios associados a vegetação psamófita (que se desenvolve em lugares secos). Este é o local onde estas aranhas peculiares constroem tocas forradas a seda onde passam grande parte das suas vidas. As tocas também são protegidas por uma porta basculante, o que as torna difíceis de serem encontradas.

«Devido a uma série de características da história de vida, estas aranhas são difíceis de serem apanhadas e, consequentemente, pouco se sabe sobre a sua biologia», declara Laura Montes de Oca, investigadora do Instituto de Investigações Biológicas Clemente Estable, no Uruguai.


«Observações em condições naturais permitem-nos saber que são mais ativas durante a noite. Este conhecimento é fundamental para encontrar as aranhas, para realizarmos os estudos necessários tanto no campo como em laboratório. Ao permanecerem na toca a maior parte das suas vidas, torna estes animais mais vulneráveis a perturbações no habitar. No Uruguai, a vegetação psamófita está a diminuir criticamente e é muito importante estudar e conservar estas duas espécies.»

Experiências em ambiente de laboratório revelaram alguns dos segredos que estas aranhas escondem. A aranha Chaco costai foi observada a caçar, levantando a entrada da toca com as patas dianteiras. A porta, como uma aba, fornece uma cobertura perfeita para emboscar e capturar a vítima inocente. As aranhas regressam ao interior da toca após apanharem a presa.

Uma outra ocasião em que as aranhas ficam ao ar livre é durante a cópula, quando o macho e a fêmea deixam os seus esconderijos. No entanto, assim que terminam o acasalamento, regressam imediatamente às respetivas tocas."



Fonte: http://querosaber.sapo.pt/ambiente/descobertas-duas-novas-aranhas-enigmaticas-no-uruguai

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