Novo estudo de cientista polar português mostra que as lulas na Antárctida têm potencial pesqueiro e que usando alguns dos seus predadores naturais, se pode gerir e proteger este recurso eficientemente. Centro de Ciências do Mar do Algarve - CCMAR | ||
O estudo, publicado na edição de Dezembro do jornal Marine & Freshwater Research, revela que as lulas têm um papel importante nas cadeias alimentares do Oceano Antárctico e servem de alimento a uma grande variedade de animais, incluindo pinguins, focas e albatrozes. As lulas são vistas como o próximo recurso marinho a ser explorado comercialmente na Antárctida, onde as estimativas da sua abundância apontam para que haja muitos milhões de toneladas. Os resultados obtidos por José Xavier - Investigador do Centro de Ciências do Mar do Algarve -, pelo Doutor Andy Wood, pelo Professor Paul Rodhouse e pelo Professor John Croxall - da British Antarctic Survey -, demonstram que as espécies de albatrozes que vivem na Antárctida podem servir de excelentes indicadores acerca da abundância de lulas, e, consequentemente, ajudar a proteger este recurso de uma possível sobre-exploração pesqueira no futuro. Modelos estatísticos de consumo de lulas por albatrozes foram usados para demonstrar grandes variações entre anos, evidenciando abundâncias muito diferentes. A partir destes modelos importantes medidas de gestão deste recurso foram sugeridas. O autor principal deste estudo, José Xavier, salienta a importância desta descoberta “trata-se de um estudo muito importante pois evidencia que existem recursos marinhos ainda por explorar que podem de ser geridos e protegidos desde já, antes de se iniciar a sua pesca, usando para isso os seus predadores naturais.” Além disso, o investigador acrescenta que “os modelos utilizados neste artigo serão muito úteis para futuros estudos na Antárctida, incluindo em estimativas do consumo de crustáceos e peixe”. Dados biográficos José Xavier é doutorado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. Biólogo marinho com numerosas publicações nas áreas de Ecologia, Conservação e Gestão de recursos marinhos no Oceano Antárctico e no Oceano Atlântico. O seus estudos mais recentes focam a ecologia de cefalópodes em relação aos seus predadores e pescas no Oceano Antárctico e em águas europeias. É um dos investigadores portugueses que desenvolve trabalho científico na Antárctida e pertence ao Comité para o Ano Polar Internacional, um programa científico e educacional sobre as regiões polares que se iniciou a 1 de Março de 2007 até Março 2009. O último Ano Polar Internacional foi há 50 anos e Portugal participa pela primeira vez na sua história. Os dados agora publicados serão usados para comparação com outros importantes estudos que irão decorrer no Ano Polar Internacional. Artigo: “Interannual variation in cephalopod consumption by albatrosses at South Georgia: implications for future commercial exploitation of cephalopods” Marine and Freshwater Research 2007, 58(12) 1136–1143 Acessível em: http://www.publish.csiro.au/nid/126/paper/MF06237.htm Mais informações: Doutor José Xavier E-mail: jxavier@ualg.pt Tlm: 936728419 |
5 de janeiro de 2008
Lulas polares: o próximo recurso a ser explorado na Antárctida?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário